Educar é..."...mais do que ensinar a ver de uma certa forma. É desejar que se veja de muitas formas". Luis Carlos de Menezes

terça-feira, 22 de novembro de 2011

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Oi!
Tudo Bem? Como vai? Não, não!, Não havia morrido, apenas estava meditando longamente...
Olha, prometo que depois do que tem aqui embaixo, juro que vou lutar com todas as minhas forças para não postar mais nenhum desabafo ok? Juro! Juro, juradinho, de verdade, éee... enfim.
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NOVO DESABAFO!

Muitos alunos e pais que não compreendem ou não possuem informações suficientes para entender os porquês da greve dos professores da rede pública, fazem julgamentos errôneos, nos taxam de preguiçosos e individualistas. Outros, em atitudes anarquistas, desrespeitam seus próprios professores, postando na net mensagens de afronta e até utilizando palavras degradantes ao se referirem aos professores em greve.
Ora, meus queridos, alguns dizem assim: “Tem tanta gente catando resto de comida no lixo para sobreviver e estes ai, chorando de barriga cheia”. Realmente, é uma realidade triste de nosso país, seres humanos totalmente transparentes ao governo, pessoas que não puderam ou não quiseram estudar para ter mais dignidade, vivendo um dia de cada vez, sem direito a acreditar que amanhã será tudo diferente... Por isso mesmo, agradeço a meu Deus, todos os dias, ter aproveitado a oportunidade que meus pais me deram de estudar! Ahhh, detalhe: estudei toda a minha vida em escola pública, tendo de ir a pé, sem dinheirinho do lanche, sem privilégios. Fiz faculdade, me formei, me especializei, foram anos de dedicação, noites em claro, estudando e estudando. Portanto, conquistei o direito de ter um salário digno de meu esforço, ora bolas!
Ô classe trabalhista desrespeitada!. Para recebermos o que nos é por direito, temos que esbravejar e travar uma luta que nos faz parecer cruéis. Sim, cruéis!
Por quê? Porque nossos alunos estão em pleno processo seletivo, O ENEM, o PRISE, etc., etc., e nós, “perversos professores” não os estamos orientando.
Ora faça-me o favor! Pais imaginem vocês, com seus salários defasados, tendo que pagar suas contas, alimentar seus filhos, suprir necessidades básicas da família, com aquele salário que eu disse: defasado, de-fa-sa-do, de...fa...sa...do. E além disso, organizar atividades, tentar apresentar aulas mais atrativas, comprar canetas para o quadro (sim! Porque só recebemos o giz pré-histórico, trincando os dentes e espalhando pó ao escrever naquele
quadro igualmente pré-histórico) e o apagador, e, acima de tudo isso, ter que ministrar aulas, com toda a paciência do mundo, cheio de graciosidade e humor, em salas de aula entulhadas de alunos, com ventiladores “de enfeite” (quebrados, disfuncionais, sem palhetas, enferrujados), sem privacidade alguma, tendo que disputar no grito com o barulho vindo de fora das salas, suportando uma temperatura ambiente próxima ou acima dos quarenta graus, sentindo sede, dor de cabeça e toda a sorte de desconforto!. Se imaginem trabalhando dia após dia nestas condições... Dá?
Percebam quanta incoerência: todos os médicos, advogados, juízes, presidentes que hoje exercem seus altos e reconhecidos cargos, inclusive o juiz Elder Lisboa da Costa, da 1ª Vara da Fazenda
da Capital, que determinou a ilegalidade da greve dos professores da rede estadual de ensino do Pará, um dia estiveram com seus uniformes, com sua merendeira colorida e seu copo para tomar mingau, sentadinhos em carteiras escolares, recebendo orientações de professores, mestres, educadores, que os ajudaram a alcançar o nível de vida que ora usufruem.
É uma ironia perceber que muitos desses alunos de outrora, hoje são os mesmos governadores que detém o poder de assinar leis que aumentam os próprios salários, porém negam os direitos já conquistados legalmente por seus antigos mestres.
Sinto vergonha de tudo isso! Sinto vergonha de precisar fazer greve na tentativa de ser ouvida. E sinto mais vergonha ainda por ser julgada por delitos que não cometi!. Nós professores somos como formigas lutando contra zangões, numa batalha desigual e desumana.
Queria muito estar com meus alunos, ministrando, ensinando, aprendendo, aconselhando, direcionando suas mentes para sonhos maiores, acreditando realmente que podemos e devemos sonhar.
Lamento por tudo isso! E lamento por, novamente, estar alugando o tempo de vocês com este meu novo desabafo! Tô mordida! \o_O/
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MUITO OBRIGADA PELA VISITA. ESPERO QUE TENHAM GOSTADO. VOLTEM SEMPRE. ".
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